Fico pensando como que funciona a negociação de livros que já começam como trilogias. O autor apresenta a ideia da trama completa, fala que só vai terminar de escrever tudo saqui a 20 anos e a editora fala para entregar em três parcelas? Ou o autor já fala que será uma trilogia e rola um contrato que o obriga a entregar tudo até uma certa data? Imagino que cada caso é um caso. Minha esposa deve descobrir isso em breve.
Mas enfim, não devemos perder o foco.
Sleeping Giants (ou Gigantes Adormecidos, título nacional dado pela Suma de Letras), não só é o primeiro livro da trilogia The Themis Files como também é o primeiro livro do canadense Sylvain Neuvel.
É um livro interessante, escrito como de fosse a compilação de várias transcrições de gravações (somente diálogo, sem narrador). Sylvain pega os conceitos mais tradicionais de ficção científica (O Homem Que Sabe Tudo, crise mundial, alienígenas, robôs gigantes, entre outros) e mistura tudo numa história bem gostosa de ser lida.
O livro começa quando uma mão gigante é acidentalmente encontrada por uma menina chamada Rose em South Dakota. Daí começam as perguntas sobre quem ou o quê construiu essa mão, se existe um braço por aí e se estamos ou não sozinhos neste universo. As perguntas são boas e as respostas são divertidíssimas.
O final — que não é bem um final, é um “fim da primeira parte” — deixa tudo preparadinho para Waking Gods (Deuses Renascidos, também pela Suma), o segundo volume. Não tenho a mínima ideia do que vai acontecer, o que é ótimo e, sendo sincero, coisa rara de se ver por aí.
(E claro que, depois de ser comparado com Perdido em Marte e Guerra Mundial Z, já tem uma adaptação cinematográfica a caminho. Aguardo ansiosamente pelo que vem por aí.)